Sabe aquele cantinho da casa que parece não servir pra nada? No meu apê, era o espaço entre a estante de livros e a porta da varanda — apertado, com pouquíssima luz e praticamente invisível no dia a dia. Mas, um dia, enquanto eu tomava café olhando pro vazio ali, me deu aquele estalo: “por que não transformar esse espaço esquecido num mini jardim vertical?”
Moro num apartamento pequeno e alugado, então tudo precisa ser pensado com cuidado: não posso furar parede, não tenho como fazer grandes reformas, e ainda preciso que o ambiente continue fluido e leve. Mas a vontade de ter um pouquinho de verde naquele canto falou mais alto. E foi aí que nasceu a ideia de montar uma estante vertical estreita, feita sob medida pra aquele vão.
Neste artigo, vou compartilhar com você exatamente como fiz — do conceito até a montagem — usando materiais simples, acessíveis e sem quebrar nada. Se você também tem um canto assim na sua sala (ou corredor, quarto, cozinha…), vem comigo.
Você vai ver que é possível ter um jardim vertical charmoso e funcional mesmo com pouca luz, pouco espaço e poucos recursos.
Por que escolhi uma estante vertical estreita
Quando a gente mora num apartamento pequeno, cada cantinho vira um quebra-cabeça: onde cabe o sofá, onde vai a mesa, onde dá pra circular sem tropeçar… E entre tudo isso, meu maior desafio sempre foi encontrar espaço pro verde. Aquele respiro natural no meio da rotina, sabe?
O canto da sala que escolhi pra esse projeto tinha uma largura mínima, mas uma altura super aproveitável. E foi isso que me fez pensar: “por que não subir, em vez de espalhar?”. A estante vertical estreita surgiu exatamente dessa necessidade de adaptar o sonho à realidade do espaço.
Para quem não tem varanda (ou autorização pra furar a parede)
Como o apartamento é alugado, eu não queria nem cogitar furar parede. E painéis fixos, por mais lindos que sejam, muitas vezes exigem isso. A estante, por outro lado, é como um móvel: encaixa onde você quiser, pode mudar de lugar, e ainda vai com você se um dia mudar de casa.
Sem varanda? Sem problema. Esse tipo de estrutura funciona super bem dentro de casa, especialmente em ambientes como a sala, perto de janelas ou áreas com iluminação indireta. E o melhor: você monta de acordo com o que tem e com o espaço que sobra — mesmo que seja só uma frestinha entre móveis.
Estável, leve e móvel: os três requisitos que me guiaram
Eu sabia que precisava de algo seguro, que não balançasse, mesmo sendo estreito. Ao mesmo tempo, não queria um trambolho pesado e difícil de mover. Então pensei numa estrutura modular, leve, que eu pudesse montar aos poucos, com materiais fáceis de encontrar e adaptar.
Resultado? Uma estante vertical fina, firme e que deu outra vida ao ambiente — sem atrapalhar a circulação, sem comprometer o espaço, e com aquela sensação boa de “foi eu que fiz”.
Materiais utilizados: práticos e acessíveis
Um dos meus prazeres nesses projetos é descobrir que a gente não precisa gastar muito (nem ter mil ferramentas) pra criar algo útil, bonito e que transforme o espaço. Pra montar essa estante vertical estreita, eu foquei em materiais simples, que fossem fáceis de manusear e, sempre que possível, reaproveitados.
Estrutura base: ripas de madeira ou canaletas metálicas
Eu optei por ripas de madeira pinus, que são leves, fáceis de encontrar e têm um visual aconchegante que combina com o clima do meu apê. Mas se você curte um toque mais moderno, canaletas metálicas ou perfis de alumínio também funcionam super bem — e ainda são mais resistentes à umidade.
A dica de ouro é medir direitinho o espaço disponível e já comprar as ripas cortadas (ou pedir pra cortarem na loja). Evita bagunça em casa e acelera a montagem.
Prateleiras ou suportes modulares
Usei tábuas de MDF que sobraram de uma estante antiga, mas qualquer madeira retinha e resistente pode virar prateleira — inclusive tábuas de pallet, madeira de demolição ou até prateleiras prontas de lojas de construção. O importante é que sejam estreitas e proporcionais à base, pra não pesar ou desbalancear a estrutura.
Também dá pra usar caixotes pequenos, nichos empilháveis ou suportes suspensos com cordas — tudo vai depender do visual que você quer dar.
Sistema de montagem
Com um parafusadeira simples, cantoneiras metálicas e parafusos de madeira, montei tudo rapidinho. As cantoneiras são essenciais pra dar estabilidade e fixar bem as prateleiras, especialmente se você pretende colocar vasos com terra ou objetos mais pesados.
E se quiser mais mobilidade, pode adicionar rodízios na base. Eu não coloquei dessa vez, mas já tô pensando em testar numa próxima versão.
Alternativas sem furar parede
Como o projeto foi pensado pra não depender de nenhuma fixação na parede, usei um reforço lateral em “L” na base e caprichei na largura do pé traseiro. Isso garantiu que a estante ficasse firme mesmo encostada na parede.
Outra ideia que testei foi o encaixe por pressão entre móveis — sabe aquele espacinho entre o armário e a parede? A estante encaixou ali como uma luva.
Onde encontrei os materiais e ideias de reaproveitamento
As ripas e as cantoneiras comprei em loja de material de construção de bairro. As tábuas vieram de um armário antigo que desmontei, e as prateleiras menores, peguei num grupo de trocas online (tem sempre alguém desapegando de algo que pode virar ouro num projeto assim!).
Se você der uma volta atenta pelo seu próprio apê, é bem possível que já tenha metade dos materiais aí mesmo.
Montagem passo a passo da estante vertical
Agora vem a parte que eu mais amo: colocar a mão na massa. E olha, montar essa estante foi mais simples do que parece. Com calma, medida certa e algumas ferramentas básicas, o projeto saiu do papel rapidinho — e transformou um cantinho esquecido da minha sala num destaque cheio de vida.
Medidas e corte dos materiais
Antes de tudo, tirei as medidas do espaço onde a estante ia ficar. No meu caso, tinha 35 cm de largura livre e 1,80 m de altura útil até o teto. Decidi fazer a estante com 1,70 m pra não sufocar o ambiente.
Usei:
- 2 ripas de madeira de 1,70 m (laterais da estrutura)
- 4 prateleiras de 30 cm de largura x 15 cm de profundidade
- Cantoneiras pequenas para fixação
Cortei as peças numa loja de madeiras — se você não tiver serra em casa, essa é uma mão na roda!
Montagem da base e estrutura de sustentação
Comecei montando a “coluna” lateral: parafusei uma ripa na outra, criando um “L” que serviu de apoio estrutural. Isso deixou a estante firme mesmo sem encostar totalmente na parede. Se quiser reforçar ainda mais, dá pra montar uma base em “U” com uma ripa na parte inferior.
Depois, apoiei as colunas no chão e alinhei com a parede (usando uma fita crepe no chão pra marcar o espaço e não sair do prumo).
Fixação das prateleiras com nível
Aqui entra o detalhe que faz toda a diferença no resultado final: nivelamento das prateleiras. Usei um nível de bolha (daqueles bem simples) e uma trena. Comecei de baixo pra cima, deixando 30 cm entre cada prateleira.
Fixei com cantoneiras e parafusos, dois em cada lado. Também testei com abraçadeiras em “L” numa versão anterior — dá certo, mas achei as cantoneiras mais estáveis.
Truques para manter tudo alinhado e firme
Mesmo sem prender na parede, a estrutura ficou bem firme com:
- Cantoneiras bem apertadas
- Uma barra de madeira horizontal atrás, conectando as duas laterais, logo abaixo da última prateleira (funciona como estabilizador)
- Pezinhos de borracha adesiva na base, pra não escorregar no piso
Se quiser mais segurança e não se importar em deixar uma marquinha mínima, dá pra usar fita dupla face de fixação forte no topo — só pra garantir que não balance mesmo.
Tempo médio de montagem e ferramentas usadas
Com tudo cortado e separado, montei a estante em cerca de 1 hora e meia (sozinha, com pausas pro café!).
Usei:
- Parafusadeira (ou chave de fenda)
- Trena
- Nível de bolha
- Cantoneiras e parafusos pequenos
- Lixa fina (pra suavizar as bordas)
Foi um projeto rápido, acessível e com um resultado que transformou meu espaço. O melhor de tudo? Fiz com minhas próprias mãos e sob medida — o tipo de solução que dá gosto de olhar todos os dias.
Como posicionei no canto da sala para aproveitar a luz
A luz é um dos maiores desafios de quem cultiva plantas dentro de casa — e em apartamentos pequenos, isso se intensifica. Aqui no meu apê, a iluminação natural é tímida e muda muito ao longo do dia. Mas mesmo assim, consegui fazer a estante vertical funcionar lindamente escolhendo o canto certo e pensando o posicionamento com carinho e estratégia.
A escolha do canto (quase) iluminado
Depois de observar a sala por alguns dias (e sim, anotar os horários em que cada pedacinho recebia claridade!), percebi que um dos cantos perto da janela da sacada recebia uma luz suave no início da manhã. Não era nada direto, mas já era melhor do que outras áreas. Esse foi o canto eleito.
Mesmo sendo uma luz difusa, é o suficiente pra deixar a estante viva — especialmente com plantas que toleram baixa luminosidade. E o mais bacana: ela não fica exposta ao sol direto, o que evita que a madeira resseque ou que os vasos aqueçam demais.
Testei várias posições antes de decidir
Antes de montar a estante definitiva, fiz alguns testes: empilhei caixas, coloquei tábuas provisórias, simulei a altura das prateleiras… tudo pra visualizar melhor como ficaria o conjunto no ambiente.
Mudei de posição umas três vezes até encontrar o melhor ângulo. E sabe o que mais pesou nessa decisão? A circulação no espaço. Eu queria que a estante fosse presente, mas não um obstáculo. Encontrar esse equilíbrio foi essencial.
Dica extra: espelhos e paredes claras são aliados da luz
Um truque que funcionou muito bem aqui foi posicionar um espelho na parede lateral, próximo à estante. Ele reflete a luz da janela e “multiplica” a claridade naquele cantinho — ajudando as plantas e deixando o ambiente mais leve visualmente.
Além disso, optei por deixar as paredes e os móveis próximos em tons claros. Isso ajuda a manter o espaço iluminado e amplia a sensação de frescor.
O que aprendi com essa montagem (e ideias futuras)
Se tem uma coisa que eu aprendi com essa estante vertical foi: não existe projeto pequeno quando ele muda a energia da casa. Ver aquele cantinho antes esquecido se transformar num espaço vivo me deu a certeza de que valeu cada segundo do processo. E, como tudo que a gente faz com as próprias mãos, sempre tem o que ajustar, melhorar ou sonhar pra uma próxima versão.
O que deu certo logo de cara
- A estrutura estreita e vertical foi um acerto absoluto. Encaixou direitinho no espaço e não atrapalha a circulação.
- A escolha por materiais leves e acessíveis, como madeira pinus e MDF reaproveitado, funcionou super bem.
- A montagem sem furar parede me deu liberdade e segurança — perfeito pra quem mora de aluguel ou gosta de mudar os móveis de lugar com frequência (culpada!).
O que eu faria diferente hoje
- Se eu tivesse que refazer, ajustaria a distância entre as prateleiras. Algumas ficaram um pouco próximas demais e limitam vasos mais altos. Um espacinho a mais entre elas daria mais versatilidade.
- Também usaria uma madeira um pouco mais firme, como eucalipto tratado, especialmente nas laterais — só pra garantir ainda mais estabilidade a longo prazo.
- Ah! E aplicaria verniz fosco desde o início, não só pelo acabamento, mas pra proteger melhor da umidade.
Versões futuras que já estou sonhando
Claro que minha cabeça já foi longe com outras ideias!
- Iluminação embutida com fita de LED quente nas prateleiras? Um charme pra usar à noite!
- Prateleiras ajustáveis, com trilhos ou suportes móveis, pra poder mudar a altura de acordo com o tipo de vaso ou objeto.
- E quem sabe uma estrutura dobrável, que possa ser recolhida quando não estiver em uso? Ideal pra quem tem o hábito de reorganizar os espaços ou precisa de algo bem compacto.
Mais do que montar uma estante, esse projeto me ensinou que é possível criar beleza, funcionalidade e aconchego com pouco espaço, pouco investimento e muita criatividade.
Pronta(o) para plantar seu jardim?
Esse projeto me ensinou que não é preciso ter uma varanda ensolarada, nem um grande quintal, pra trazer o verde pra perto. Às vezes, tudo começa com um olhar mais atento para aquele cantinho da casa que a gente sempre ignorou — e uma boa dose de criatividade.
Você não precisa de muito espaço, só de um pouco de criatividade e vontade de trazer vida pra dentro de casa.
Com alguns materiais simples e ideias práticas, dá pra montar sua própria estante vertical e transformar o que antes era só um vão em branco num verdadeiro ponto de respiro e conexão com a natureza.
Se você se animou com esse passo a passo ou já criou algo parecido aí no seu apê, eu adoraria saber!
Deixe seu comentário, compartilhe suas ideias ou mande uma foto do seu cantinho verde nas redes sociais. Vamos construir juntos essa comunidade de pessoas que acreditam que o verde cabe em qualquer lugar — até no menor dos espaços.